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A mostrar mensagens de 2012

Merecer

Passa pouco da uma da manhã de um sábado. E eu, por muito que queira, não consigo dormir. Tenho que me levantar cedo de manhã, mas o meu cérebro não consegue parar. É uma tortura, e para a atenuar vim escrever. O pensamento que mais me atormenta é uma simples frase, que no entanto me rói as entranhas. ''Ele merece isto?'' Bastante simples: ''Não. Tu não estás preparada para isto. Não estás preparada para esta relação, não estás preparada para resolver nada, não estás preparada para crescer, não estás preparada para mudar, não estás preparada para nada. A maior parte das vezes debates-te com isto, com o que está a acontecer. Com as mudanças. Porque não estavas preparada para elas. Quando não te debates com isto, mergulhas num ponto de felicidade que passa depressa. Esta tua inconstância leva-te ao desespero, porque num segundo estás tremendamente feliz e no outro queres apenas fechar os olhos, dormir e fingir que o mundo não existe. E ele... Ele trata-te...

O Bem

Dear John, Não acredito no que me dizem, John. Não acredito naquilo que fazem de ti. Todos os erros que tenhas cometido foram ampliados mil vezes. Mas eu conheço essa sensação, John. Por isso não te julgo. Mesmo que te deteste muitas vezes, não te julgo. Todos os insultos que já te dirigi, foram da boca para fora. Ditos por despeito. Porque a verdade é que não acredito que sejas assim. Luto muitas vezes contra ti, no meu pensamento. Tenho mil confrontos contigo. E o fim é sempre o mesmo. A minha desgraça. Porque nunca te conseguiria magoar, por muitos anos que passem, por muito que me desfaças ao longo dos tempos. Nunca te magoaria, John. Tornaste-me forte. Confiante. E eu amei-te por isso. Vi em pequenos gestos teus, a minha vida. ''Tive tantas saudades tuas''. ''Marcaste-me''. Com pequenas palavras, roubaste  a minha alma. Ainda não ma entregaste por completo. Perdoei-te por isso também. Perdoei-te por tudo. Perdoei-te porque na minha mente contin...

Errada

Tenho uma péssima reputação. Estou neste momento a admitir perante vocês, meus leitores, que a tenho. Tenho-a graças aos erros infantis que cometi. Mas mesmo que não os tivesse cometido, tê-la-ia na mesma. Tê-la-ia na mesma porque não sou uma rapariguinha inocente e doce. Os meus olhos não brilham de esperança, não coro de vergonha e não hesito em todos os meus passos. Não gosto de demonstrações de afeto e não gosto de admitir que tenho um coração sequer, talvez porque preferia não o ter. Criei esta ilusão, de que sou esta rapariga vazia, forte e dura. Quem me dera sê-lo. Mas a verdade é que me desfaço facilmente. Só que tenho dignidade e orgulho suficiente para me manter impassível. E se me ofenderam, não lhes vou dar o prazer de o saberem. Não lhes vou dar o prazer de saberem que são bons o suficiente para me afetarem. Não quer dizerem que não o tenham feito. Tudo o que alguma vez quis foi encontrar alguém que visse através da máscara e que me aceitasse assim. Mas a verdade é que ...

Simplesmente

Tal como já deu para assimilar, tenho inúmeros defeitos. Intermináveis listas deles. Aceitei-os a todos, cheguei até a amá-los por uns tempos. Mas depois existe a franqueza. Esta caraterística minha é tanto a minha desgraça como o meu orgulho. Atenção que eu não disse a honestidade e sim a franqueza. Daí o ser um livro aberto. E simplesmente foi-me fácil admitir, com franqueza, que o meu coração tinha voltado aos meus mundos paralelos, completamente execráveis. Já me perdi neles. De tal forma que não consegui voltar a emergir, afundando a minha vida neles. Mantive-me forte por tanto e tanto tempo. Controlei-me, reprimi-me, desfiz-me, refiz-me, formatei-me, reprogramei-me. Talvez se pense que é um exagero, mas não. Conheço-me. Precisava urgentemente de uma mudança. Senão voltaria a fazer asneiras. Por incrível que pareça, tomei a decisão certa. Fiz a mudança certa. E cresci. Por segundos, por momentos. Demorei bastante a adaptar-me à mudança. Ainda o estou a fazer. Até porque tive d...

Heaven

Todos os dias as pessoas fazem qualquer coisa para que a sua vida na terra fique marcada , para que saibam que estiveram cá , para que não sejam esquecidos. Mas para quê , para quê se olharmos à noite para o céu, vemos as estrelas e sabemos no nosso íntimo que vai haver alguém a chorar por uma das estrelas . Uma estrela que se apagou da Terra e que se acendeu no céu. Essa estrela nunca será esquecida. Será sempre o peso nos ombros de alguém , a dor no peito de alguém , o constante pensamento de uma pessoa . E no entanto , olhamos para o céu e ficamos nostálgicos e com empatia por esse tipo de pessoas. Falando por experiência própria, eu diria que sentimos um buraco no peito , e é nesses momentos que nos sentimos tão pequenos como se fôssemos outra vez crianças , a olhar para algo tão vasto que nos faz sonhar . E uma lágrima rola nas faces da criança por saudades de nada e por felicidade por nada . Sem razão nenhuma , a dor que nos avassala mantem-se e é quase ... reconfortante ....

Infância

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Quando era pequena, quando ser alta era estar no colo do meu pai, quando a única contorção que a minha boca fazia era num sorriso, quando ser adulta era ser bonita, … Aí, no meu mundo de fantasia, eu imaginava todo o meu ser transformado. Olhava para o espelho e imaginava alguém igual, mas maior, mais segura. Lembro-me que a minha avó tinha um espelho na parede, no qual eu precisava de estar no colo de alguém para me conseguir ver. Lembro-me que anos depois apenas precisava de saltar, que anos depois só precisava de me pôr em bicos de pés e que mais tarde, conseguia ver-me sem nada ter de fazer . Agora sou quase maior que esse espelho. Revejo agora todos os filmes da minha infância. E choro. Porque foram os meus melhores anos. Ao longo do tempo, fui cometendo cada vez mais erros, tornando-me cada vez menos inocente, sorrindo cada vez menos. A raiva tomou conta da felicidade, a melancolia da inocência e a vergonha da imaginação. E é assim crescer. Por vezes, olhamo-nos ao ...

O meu coração...

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No meu peito jaz um moribundo. Um moribundo que tenta sobreviver a todo o custo. Bate ainda, mecanicamente. O moribundo chora, perante a dor que o atravessa, tendo noção que é o fim. O moribundo que procura nos ínfimos da sua existência uma razão para continuar, porque quer continuar, quer lutar até ao fim. E o meu moribundo volta a tardes de sol, a eternidades num banco. O meu moribundo sofre, cada vez mais, cada vez menos. E deixa-se embalar nas profundezas dos pensamentos, retomando sentimentos esquecidos. A minha boca sorri, um sorriso sonhador, uma sombra da felicidade de outros tempos. Os meus olhos insistem em torturar-se a ler cartas, textos. A ler a vida que passou. E o meu moribundo pára de bater nesses momentos em que eu já não sou eu, e sou sim, o eu de tempos atrás. O meu rosto, pálido, inexpressivo, observa o espelho. Observa o ser que mais amei, e morre mais um pouco. As minhas mãos, mortas e inertes, as que registam estas palavras, tremem com o frio que vem das pro...

Nunca

Nunca vou ser ela. A verdade, a simples e pura verdade é essa. Nunca vou ser ela. Nunca vou ter os olhos verdes, enormes e brilhantes dela. Nunca vou ter o cabelo enorme, preto, fácil, dela. Nunca vou ter o corpo dela. Nunca vou ser como ela. Nunca vou ser adorável, querida, amável. Nunca fui ciumenta na vida. Mas tu despertaste um lado de mim que eu não conhecia. Transbordas-me de felicidade, de ternura. Fizeste-me feliz. A ideia era essa. Cumpriste a tua missão: colar os meus pedaços. E mesmo nos nossos momentos mais atribulados, eu sei que tomei a decisão certa. Nós foi a decisão certa. Sou feliz. Mesmo quando me sinto triste, estou feliz. Porque tu, como meu anjo da guarda, vais estar a pensar em mim e a fazer-me feliz só com a memória do teu sorriso. E assim, despertaste, com esta parte de mim, os ciúmes. Os ciúmes... Detesto-os. Detesto esta sensação ardente que me escorrega pela garganta abaixo, até ao meu peito. Detesto pensar que estás a falar com ela, algures. Detesto pens...

O Destino ...

O destino é uma coisa irónica. Deu-me uma vida cheia de família e facilidades. A partir dos meus 10 anos começou a dificultá-la, mas mesmo assim era bastante fácil. A partir dos 12, lixou-a ligeiramente. Mas era aceitável. Hoje, o destino decidiu que brincar com a minha cara tinha piada. Decidiu que eu tivera uma vida muito fácil. E deu-me uma lesão que se irá manter a minha vida toda. Uma lesão que me proibirá de jogar voleibol, que é apenas 50% da minha vida, que me proibirá de correr na praia no verão, que me proibirá de saltar de alegria. Ouvir pessoas a falar da nossa vida como se não estivéssemos ali... Perdão, a decidir a nossa vida como se não estivéssemos lá... E eles pensam: oh, estás a exagerar. Vou passar a vida com dores. Portanto, peço desculpa, mas vão-se f****. Eu sei que é fútil pensar assim. Há pessoas que têm vidas complicadíssimas e outras que estão a morrer. Mas hoje apenas consigo ser egoísta. Apenas consigo pensar no que vou engordar, e em como a minha ...

Adeus ...

Amor, O tempo escasseia. Já lá foram os tempos em que ouvia euforia nos teus passos. Já lá foram as galáxias em que me era fácil amar. Ver-te agora e ansiar ter pelo menos um olhar teu na minha memória é tortura. Foi tortura sentir-te a esvair-te dos meus dedos. É uma tortura ver que voltaste a amar e que nunca estarei no teu coração de novo. Eu pergunto-me se fazes tudo para passar perto de mim como eu faço. Pergunto-me se pensas tanto em mim como eu em ti. Penso se tens de facto saudades minhas. Se voltas a como tudo estava há um ano atrás ... Vai fazer um ano, Amor. Lembraste? Não, claro que não. Nem eu sei, Amor, o quanto tenho saudades tuas. Detesto mergulhar-me nelas. Detesto quando não consigo evitar fitar as tuas fotografias e surpreender-me com a tua beleza, detesto quando procuro um indício em ti, seja no que for, um indício de que alguma vez te preocupaste, de que alguma vez fui para ti o que foste para mim. Acho tão patético todo este sentimento, principalmente quando...

Prince Charmant ...

Dear John, Sempre detestei a história do Príncipe Encantado. Em que ele ia buscar a princesa no seu cavalo branco, depois de lhe dar o beijo do amor eterno. E depois, o ''feliz para sempre''. Claro que quando era miúda isso era o sonho da minha vida. Encontrar um príncipe encantado que fosse bonito, que me tratasse como uma princesa, que com alguma sorte soubesse cantar (como os da Disney), e que me levasse para o pôr do Sol no seu cavalo branco. E depois casávamos, tínhamos muitos filhos e vivíamos... Felizes para sempre. Mas os anos impressionáveis passaram. E é-nos complicado pensar que depois de tantos anos a acreditar que era só escolher entre os príncipes, não exista nenhum. Estes contos de fadas são ilusões criadas por pessoas sem mais nada para fazer e que, de certeza, não têm nenhuma noção da realidade. Os homens não têm nada a ver com príncipes encantados. E as mulheres também não são princesas nenhumas. O objetivo deles não é fazer-nos feliz, e o nosso ...

Fumo

Fumo Longe de ti são ermos os caminhos, Longe de ti não há luar nem rosas, Longe de ti há noites silenciosas, Há dias sem calor, beirais sem ninhos! Meus olhos são dois velhos pobrezinhos Perdidos pelas noites invernosas… Abertos, sonham mãos cariciosas, Tuas mãos doces, plenas de carinhos! Os dias são Outonos: choram… choram… Há crisântemos roxos que descoram… Há murmúrios dolentes de segredos… Invoco o nosso sonho! Estendo os braços! E ele é, ó meu Amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!… Florbela Espanca

Uma história

Ana sorriu para o seu reflexo no espelho. Ajeitou o vestido, verificou a maquilhagem, endireitou as costas. A rapariga da imagem era linda, com o cabelo louro até meio das costas, cuidadosamente ondulado, os olhos puramente verdes e enormes definidos por lápis preto e um rímel que alongava as sua pestanas perfeitamente. Não que alguma vez se tivesse achado feia, mas assim estava perfeita. Passou a língua por uns dentes brancos e muito direitos por falta de hábito de não ter o aparelho. Por momentos, deixou a ansiedade sobrepor-se à vaidade. «Ele deve estar quase a chegar», pensou. Borrifou um pouco mais de colónia, vestiu o casaco, pegou na mala e olhou mais uma vez para o espelho. O sorriso de prazer voltou, mas desapareceu quando ouviu a campainha. Ouviu a voz da mãe a chamá-la. Sacudiu o cabelo e bateu as pestanas. Desceu as escadas o mais lento possível, para o deixar sofrer um pouco. Quando chegou aos últimos degraus, via o pai com a máquina fotográfica na mão a falar com o seu ...

Desabafo

''Estou a escrever com um sorriso nos lábios. Nem imagino porquê. Não faz sentido, porque me estou a sentir dilacerada. Bem, no final de contas foi isto que pedi. Pedi para sofrer em vez de sentir aquele vazio. Pedi para não me sentir sozinha, que preferia sofrer. Ora aqui está.  Já conheço esta dor tão bem. Costumava carregá-la no peito todos os dias. Depois passou. E, no entanto, ... Porra. Acho que o pior é ... Não faço a mínima ideia. Orgulho ferido, talvez ? É suposto doer-nos assim tanto quando é o orgulho? Pela minha experiência, eu diria que não. Porquê que tenho de sofrer de todas as vezes? Porquê que não pode haver uma vez que não seja eu a sair magoada? Nunca o quis, nunca pensei nele. Mas desde há alguns dias que o vejo em todo o lado. Penso nele a todos os segundos. E o pior, pior mesmo, pior que esta dor dilacerante é a esperança. É  a esperança de o ver, de que ele me diga alguma coisa, de que ele olhe sequer para mim. Essa esperança já existe no meu corpo ...

My sad little story

Quebrei-me aqui, sentada à secretária do meu quarto. Não sabia que ele ainda conseguia fazer isso. Desfazer-me assim, simplesmente. Não havia muito que eu pudesse fazer. Não tinha coragem para grande coisa. Senti no entanto a mão a pegar no telemóvel e mandar uma mensagem desesperada à Joana. Porque ela saberia o que fazer. Sempre soube. Respirei fundo e confirmei a realidade. O Facebook... Maldita invenção. E porque raio fui eu à página dele, quando já tinha perdido esse hábito há tanto tempo?... Eu sabia porquê. Pela mesma razão que naquele momento quase comecei a hiperventilar. Isto porque a segunda fotografia dele, era ele a sorrir no sítio onde costumávamos estar juntos. O pior da foto era a descrição. ''A saudade é o preço de viver momentos inesquecíveis''. Talvez fosse coincidência, disse a Érica. Recusei-me a pensar nisso. Ele tinha saudades minhas, concluí com maior ansiedade do que felicidade. O meu cérebro não estava totalmente ligado, pelo que aquilo até p...

Adolescente Magoada, parte III e última

Lourenço caminhava depressa e nervosamente. Avançava na direção da casa de alguém que já não via há muito tempo. Desde o episódio de há 3 dias, Débora parecia completamente desaparecida. Ele percebia que por causa do irmão iam passar a ser discretos. Percebia que todos os amigos dela o odiavam. Ela dizia que já não eram amigos, mas ele não acreditava. Mesmo que ela já não os considerasse, a maneira como a protegiam era óbvia. E fora ela que os abandonara, ele não a obrigara a nada. Ele até gostava deles, excetuando Dinis, mas isso era mais por uma situação de ciúmes do que por não gostar mesmo dele. Ele lembrava-se do início do namoro deles. Lembrava-se de como ela costumava correr e saltar-lhe para o colo, como o costumava abraçar, do sorriso enorme dela após um beijo, do sorriso enorme dela quando estava com os amigos, o sorriso enorme dela com o irmão, ... Ela tinha sido feliz. Agora o sorriso dela estava apagado. Toda ela estava apagada. Era uma imagem baça da verdadeira Débora....

Adolescente Magoada, parte II

Débora gemeu quando se deu no chão do polivalente. - Meu Deus, peço imensa desculpa ! Ela olhou para a pessoa que tinha dito isto. Érica, a sua ex melhor amiga, olhava-a chocada. Tinha ido contra ela, concluiu. Fantástico. Érica tentou ajudá-la, mas ela recusou firmemente. Levantou-se e viu a ex amiga com os seus livros nas mãos. Arrancou-lhos. - Tem calma, estava só a tentar ajudar.- disse Érica, admirada com a reação dela. - Não preciso da tua ajuda. Érica respirou fundo para acalmar a ansiosidade que tinha dentro de si. - Ouve, lamento se ... - começou Érica por dizer. - Lamentas o quê ? Não preciso que lamentes em nada. Não preciso da tua pena. Estou ótima. Não sou nenhum cordeirinho no meio dos lobos. - o olhar dela era frio e a voz dela dura. - Deb, eu sei, mas ... - Por favor, cala-te. Não me isolei porque ele me obrigou, isolei-me porque já não aguentava esses vossos olhares de pena. Isolei-me porque apercebi-me de que vocês são todos uns falsos. - Deb... Ela virou-...

Adolescente Magoada, parte I - 1ª história

Débora acordou. Mexeu o corpo ligeiramente para ver se se ia conseguir mexer. A dor atravessou-a pelo simples movimento. Fechou os olhos para se concentrar em ignorá-la. Sentou-se na cama. Olhou para o relógio. 6:10 da manhã. Estava na hora de ver os estragos. Ligou a luz do quarto e olhou para o espelho. Tinha uma pequena nódoa negra na bochecha, mas isso disfarçava-se facilmente. Tirou a camisola do pijama e gemeu ao olhar para o espelho. O seu corpo estava cheio de arranhões, nódoas negras e inchaços. Pensava naquilo que conseguia esconder facilmente e naquilo que ia precisar de muita base e roupa. Foi tomar um banho de imersão para que os seus músculos se descontraíssem. Ligou música baixo, para não acordar ninguém. Então, encostada na banheira deu-se direito ao seu momento de fraqueza da semana. Deixava as lágrimas correrem-lhe pelo rosto e misturarem-se com a água na banheira. Cerca de dez minutos depois, saiu do banho e secou-se. Aplicou o hidratante, a base e vestiu-se. Uma c...

Oh, Love ...

O amor é algo superficial. E é ridículo que seja levado muito a sério nesta idade. Devíamos estar a decidir o nosso futuro e tratar dele. Não devíamos estar distraídos com ... estupidezes. Se me perguntaram se já me apaixonei verdadeiramente... Responderei que depende o que consideram isso. Se já me acordei e deitei a pensar na mesma pessoa? Sim. Mas nada disto muda o facto de serem paixonetas adolescentes. Principalmente para as raparigas. Não interessa se não vês mais nada à frente que não seja ele (ou ela, se é disso que gostas), não importa que sonhes com o vosso futuro, nem que penses que ele é tudo. Não é. E isso leva a obssessões. O que deves procurar nesta idade é um namoro leve, em que sejam os melhores amigos um do outro, falem de tudo, sem dramas nem ciúmes. Imagina-o o teu presente, não o teu futuro. Sou um bom exemplo. Devo ser o maior desastre amoroso que já aconteceu no mundo. E no entanto, agora que finalmente segui os meus conselhos, sou feliz. Num namoro leve e ...

Erros

Sou capaz de rever uma ação mil vezes na minha cabeça para não estragar a situação e, no entanto, quando estou mesmo no meio da ação, ... Saiem-me coisas que não são de maneira nenhuma aquilo que eu tinha preparado. Sou demasiado impulsiva e tudo o que digo acaba por voltar para mim. Já fiz coisas ... Meu Deus, coisas pavorosas mesmo. Sem pensar ou talvez até tenha pensado mas não achei ... Não tive noção do que as palavras podiam fazer. Nem eu sei o que ia na minha cabeça na altura. Portanto, não me podem pedir que seja direta ou até mesmo que diga tudo o que penso, porque aquilo que me iria sair não seria de maneira nenhuma bom. Acho que isto é, em parte, um pedido de desculpas a todos os que magoei. Mesmo que estes nunca venham a saber...

A um amigo

ajuda o eu dizer-te que nunca te vou esquecer ? ajuda o eu dizer-te que lamento imenso e que não te quero perder ? diz-me o que posso eu fazer para te aliviar essa dor porque de tanto te ver a sofrer , sofro eu também . e eu sei como sou , completamente egoísta , e por isso , pela minha saúde egoísta e pela tua , diz-me por favor que posso eu fazer para que ultrapasses essa dor ? para te fazer talvez não esquecê-la mas guardá-la de modo a que consigas acordar todos os dias e sobreviver . guardá-la de modo a teres apenas um peso no peito , que eu te digo por experiência própria , te vais habituando ao longo do tempo . guardá-la o suficiente para que consigas olhar para mim e fazer-me o sorriso mais falso que alguma vez fizeste , mas convincente o suficiente para que eu me consiga obrigar a acreditar que estás bem , que estás melhor . diz-me que posso eu fazer ? porque o teu rosto distorcido pela dor atormenta-me o sono , penetra-me os pensamentos e eu só me consigo limitar a o...

Juventude Desperdiçada

A voz do padre ecoa no silêncio profundo. Reza pelos mortos, pelos vivos. Lá fora chove devagar, quase tão devagar como o batimento do coração de quem está dentro da caixa de madeira. Da enorme caixa de madeira. Como pode algo tão efémero, tão simples, levar uma vida inteira? Levar um coração que tanto bateu, que tanto sentiu? Como pode um simples material levar um corpo de alguém que foi amado e odiado tão fortemente? A congregação está cheia de preto. Quando morre uma criança é suposto usar-se preto ? É suposto ver tantos rostos em puro sofrimento, que eu considero completamente falso? Uma criança como aquela não tinha idade para distinguir o certo do errado, como ia ter idade para ter amizades que ficassem em tão absoluta tortura quando ela morresse? E o preto atravessa a rua. E no lugar do eterno descanso, onde a chuva cai cada vez mais devagar e se mistura com o sal que escorre nos rostos, o silêncio é cortante. Fala mais alto do que qualquer dor.

Mais ...

Gosto de cantar, sou relativamente boa nisso. Um destes dias mostro. Gosto de escrever, de ler, de jogar The Sims 3 (vá lá, tinha que ter um vício infantil), de praticar voleibol, de português, de poesia, do maldito facebook, ... Gosto de história, de ter boas notas, de conhecer gente nova, de dançar (apesar de ser péssima), de ir ao cinema, de comprar roupa, etc... Sou relativamente tímida, depende das situações em que me conhecem, não falo muito até me sentir completamente à vontade, não gosto de dar primeiros passos em nada nem de falar em público. Tenho graves problemas com a minha mãe, simplesmente por sermos pessoas completamente diferentes. Mas também consegue ser boa companhia. Dou muitas segundas oportunidades, é fácil dar-me a volta e perdoo facilmente. Não é bem perdoar, é mais calar-me e deixar os ressentimentos aumentar até eu explodir. Sou, apesar de provavelmente não parecer pelo que escrevo, uma pessoa divertida e brincalhona, pelo que depois é difícil que me ...

Continuando ...

 Hoje vim aqui para esclarecer umas coisas a meu respeito. Isto porque soube de uma situação ... Surpreendente, e reagi de uma maneira muito caraterística minha, mas que chocou certas e determinadas pessoas. E... Não sei. Senti que precisava de me definir, até porque ter a certeza do que sou e do que acredito é o que me sustém. Comecemos então ... Fui criada por elitistas. Pessoas que me criaram para ser uma ''menina de boas famílias'', educada, prendada, bonita, calada, tímida, um pau mandado, que se interessasse por cozinhar, limpar, que tivesse notas das quais eles se pudessem gabar, que fosse boa a tudo o que se propusesse, que aprendesse dança, a tocar instrumentos e que tivesse aulas de canto. Interessante, não fui e não sou nada disso. A minha vida baseia-se em, assim, contrariar os meus pais. E em compensar os anos de opressão machista que as mulheres sofreram. As décadas, os séculos, os milénios. Talvez seja um pouco ridículo, mas tornei isso na missão da m...

Eu

Prazer, o meu nome é Cláudia Rodrigues. Já tinha um blogue de escrita, mas decidi que queria fazer uma mudança e criei este. De qualquer das maneiras, várias mensagens do outro blogue estarão aqui, só que com algumas/muitas alterações, visto que algumas já são antigas. Se quiserem ver à mesma o endereço é o seguinte: howlifeisinpaper.blogspot.com Vou começar por falar um pouco sobre mim, mais em termos do que acredito do que de mim mesma, porque já nos avisaram 500 mil vezes dos perigos da Internet. Acredito que todo e qualquer tipo de discriminação deve ser punido. Que toda a gente tem o direito a ter uma opinião, e que se deve respeitar essas opiniões. Acredito nos direitos humanos. Igualdade e liberdade para todas as pessoas. Acredito que o mundo não é a preto e branco. Só porque uma pessoa fez algo horrendo, não deixa de ser humano. Na minha opinião, a pena de morte é hipócrita. Matar alguém para lhe ensinar que isso mesmo é errado. Muito bem, Sociedade. Se virmos bem, a pr...