Atenção
Os dias passam.
A cada dia recebo mais daquilo que achei que queria. Atenção. Achava eu que não recebia o suficiente.
Para mim nunca nada é o suficiente. Tenho que ter sempre mais, de uma maneira ou de outra.
Mesmo que tenha o máximo possível não me preenche, não faz de mim completa.
Sou insaciável. Talvez seja essa a razão pela qual sou feita para estar sozinha. Porque o que me dessem nunca seria suficiente. E as pessoas não estão preparadas para me saciar. Ninguém está preparado para lidar com alguém como eu.
Percebi hoje que nunca soube estar sozinha. Nunca consegui ter o peso nos ombros de estar sozinha. Precisei sempre de alguém, que até podia nem querer saber, até podia não se querer envolver.
Nunca consegui ser independente o suficiente para saber estar sozinha. Por meses, por anos.
Percebi também que tive o que precisava. Precisava do fim. Porque eu era velha. Velha, amarga, rabugenta. Os meus olhos não tinham brilho, os meus lábios não se franziam em sorrisos. Não ficava entusiasmada com nada. A minha vida era mergulhada em tédio e ódio.
Eu lembrava-me da pessoa que tinha sido. Da pessoa que começo a voltar a ser. Alegre, mais fácil de lidar, ligeiramente mais carinhosa. Tinha umas saudades impossíveis dessa pessoa.
Mas ele azedou-me. Sei que a culpa não é realmente dele, eu é que provavelmente me perdi.
Podia haver momentos em que parecia que não podia ser mais feliz mas isso era, geralmente, quando estava com ele. Todos os outros dias eram escuros.
Eu era tão infeliz. E nem fazia ideia. Tal como já disse antes, estar apaixonada cega-nos de maneiras que não achávamos ser possíveis. Mas sei disso agora.
Já não tenho saudades dele. Isso foi algo que constituiu uma grande surpresa para mim. Já me resignei com o facto de ter acabado, com o ele ter saído da minha vida. Já me resignei com o facto de ele estar agora feliz. Mesmo que não seja comigo.
Creio então que só não ultrapassei o medo. O medo de estar sozinha. O medo de ser esquecida. O medo de não ter significado nada. De ele simplesmente se esquecer de mim porque fui irrelevante. Enquanto que para mim ele foi uma parte gigante da minha vida. Ele não é como eu, que guardo as memórias, não é como eu, que guardo rancores, que guardo momentos, sorrisos, palavras.
Hoje fazem 3 semanas desde o fim oficial. Digo oficial porque nós há pelo menos um mês antes disso que andávamos a fingir.
Creio que o fim mesmo foi algures no início de fevereiro. Quando as conversas desapareceram. Pelo menos as realmente importantes.
Os dias passam.
E eu faço tantos planos que para nada servem. Que não irei seguir.
Os dias passam.
E, enquanto tantos outros ficam presos ao passado eu sigo com a minha vida.
Só gostava de conseguir fazê-lo sozinha ...
A cada dia recebo mais daquilo que achei que queria. Atenção. Achava eu que não recebia o suficiente.
Para mim nunca nada é o suficiente. Tenho que ter sempre mais, de uma maneira ou de outra.
Mesmo que tenha o máximo possível não me preenche, não faz de mim completa.
Sou insaciável. Talvez seja essa a razão pela qual sou feita para estar sozinha. Porque o que me dessem nunca seria suficiente. E as pessoas não estão preparadas para me saciar. Ninguém está preparado para lidar com alguém como eu.
Percebi hoje que nunca soube estar sozinha. Nunca consegui ter o peso nos ombros de estar sozinha. Precisei sempre de alguém, que até podia nem querer saber, até podia não se querer envolver.
Nunca consegui ser independente o suficiente para saber estar sozinha. Por meses, por anos.
Percebi também que tive o que precisava. Precisava do fim. Porque eu era velha. Velha, amarga, rabugenta. Os meus olhos não tinham brilho, os meus lábios não se franziam em sorrisos. Não ficava entusiasmada com nada. A minha vida era mergulhada em tédio e ódio.
Eu lembrava-me da pessoa que tinha sido. Da pessoa que começo a voltar a ser. Alegre, mais fácil de lidar, ligeiramente mais carinhosa. Tinha umas saudades impossíveis dessa pessoa.
Mas ele azedou-me. Sei que a culpa não é realmente dele, eu é que provavelmente me perdi.
Podia haver momentos em que parecia que não podia ser mais feliz mas isso era, geralmente, quando estava com ele. Todos os outros dias eram escuros.
Eu era tão infeliz. E nem fazia ideia. Tal como já disse antes, estar apaixonada cega-nos de maneiras que não achávamos ser possíveis. Mas sei disso agora.
Já não tenho saudades dele. Isso foi algo que constituiu uma grande surpresa para mim. Já me resignei com o facto de ter acabado, com o ele ter saído da minha vida. Já me resignei com o facto de ele estar agora feliz. Mesmo que não seja comigo.
Creio então que só não ultrapassei o medo. O medo de estar sozinha. O medo de ser esquecida. O medo de não ter significado nada. De ele simplesmente se esquecer de mim porque fui irrelevante. Enquanto que para mim ele foi uma parte gigante da minha vida. Ele não é como eu, que guardo as memórias, não é como eu, que guardo rancores, que guardo momentos, sorrisos, palavras.
Hoje fazem 3 semanas desde o fim oficial. Digo oficial porque nós há pelo menos um mês antes disso que andávamos a fingir.
Creio que o fim mesmo foi algures no início de fevereiro. Quando as conversas desapareceram. Pelo menos as realmente importantes.
Os dias passam.
E eu faço tantos planos que para nada servem. Que não irei seguir.
Os dias passam.
E, enquanto tantos outros ficam presos ao passado eu sigo com a minha vida.
Só gostava de conseguir fazê-lo sozinha ...
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