1 hora no passado ou 10 minutos no futuro?
Imaginando que nos é possível viajar no tempo, dentro da nossa própria vida, fá-lo-íamos? E para onde iríamos?Para o passado ou para o futuro?
Acredito piamente que "o que não sabemos não nos pode magoar", portanto, nunca iria para o futuro. Sempre para o passado. Sou uma pessoa agarrada a rotinas e passados. Por exemplo, em vez de ver um programa novo na televisão prefiro ver sempre um episódio já repetido. Em vez de ler um livro novo, prefiro sempre voltar a ler um velho.
Voltaria, portanto, para o passado. A questão é para quando? E poderia ir para mais de um tempo? Para mais de um lugar? E ao voltar, seria eu ou a pessoa que eu era na altura?
Há tantos tempos onde eu gostaria de ir...
Queria poder ver por uns minutos, a criança que fui, no seu dia mais feliz. Depois gostaria de poder avisar a miúda ingénua que fui, contar-lhe dos maus caminhos, dizer-lhe para onde ir, e quais as consequências de seguir o caminho que eu, efetivamente, segui.
E, demorando cerca de meia hora nestes afazeres, dedicar-me-ia a viajar para tempos mais felizes e mais recentes. E aí sinceramente não sei se preferia incorporar quem eu era ou ver como espectadora os acontecimentos. Talvez fizesse ambos.
Enquanto as folhas de um outono triste caíssem, eu ia tentar perceber o que é que realmente perdi olhando para o que nunca tive. Na realidade, nunca se tem nada, por muito que se ache que se tem tudo. E porque na realidade eu nunca tive nada, apenas observo aquilo que eu tive a garantia de ter.
Claro que toda a garantia tem prazo de validade.
Não sei, sinceramente, se quereria entrar na pessoa que fui e ver e sentir esse espetáculo através dos olhos que já não são meus. Provavelmente não. Talvez fosse demais ou talvez descobrisse que afinal não é nem minimamente suficiente. Limitar-me-ia a ver, de longe.
Demoraria muito tempo aí. Mas não faria diferença. Era pouco provável que eu quisesse ir a mais lado algum para além desse preciso sítio nesse preciso momento.
Ficaria aí, a tentar perceber, a tentar voltar a perceber. A tentar entender que foi por aquilo, aquela imagem, aquele tempo, aquele sítio, que eu desperdicei quantidades a mais da minha vida. Por aquela especificidade que agora me parece tão ridícula e minúscula. Mas e se eu voltasse um pouco mais no tempo e me demovesse de tudo aquilo?
Nem consigo imaginar que tipo de rumo teria a minha vida levado. Que teria eu feito?
A verdade é: não teria gasto tanto tempo a tentar apagar aquilo que estava a ver nesse momento. Provavelmente teria gasto o meu tempo a apagar outras cenas. Mas definitivamente não aquela. Cena essa, da qual já nem tenho a mais vaga memória, por sinal.
Tudo se apagou por si.
É verdade o que dizem. O tempo cura tudo. E leva tudo. Mesmo aquilo que nós achávamos que nunca esqueceríamos.
De qualquer das maneiras, não é possível viajar no tempo. Portanto, eu não vou a lado algum. O que fiz de errado mantém-se errado e o que fiz certo mantém-se certo. Feliz ou infelizmente, é impossível mudar o passado e é impossível saber se a minha vida teria sido melhor ou pior sem alguns elementos que me ocuparam tempo e disposição...
"Tempo que não volta atrás, nem sempre há remendo para as asneiras que se faz."
Acredito piamente que "o que não sabemos não nos pode magoar", portanto, nunca iria para o futuro. Sempre para o passado. Sou uma pessoa agarrada a rotinas e passados. Por exemplo, em vez de ver um programa novo na televisão prefiro ver sempre um episódio já repetido. Em vez de ler um livro novo, prefiro sempre voltar a ler um velho.
Voltaria, portanto, para o passado. A questão é para quando? E poderia ir para mais de um tempo? Para mais de um lugar? E ao voltar, seria eu ou a pessoa que eu era na altura?
Há tantos tempos onde eu gostaria de ir...
Queria poder ver por uns minutos, a criança que fui, no seu dia mais feliz. Depois gostaria de poder avisar a miúda ingénua que fui, contar-lhe dos maus caminhos, dizer-lhe para onde ir, e quais as consequências de seguir o caminho que eu, efetivamente, segui.
E, demorando cerca de meia hora nestes afazeres, dedicar-me-ia a viajar para tempos mais felizes e mais recentes. E aí sinceramente não sei se preferia incorporar quem eu era ou ver como espectadora os acontecimentos. Talvez fizesse ambos.
Enquanto as folhas de um outono triste caíssem, eu ia tentar perceber o que é que realmente perdi olhando para o que nunca tive. Na realidade, nunca se tem nada, por muito que se ache que se tem tudo. E porque na realidade eu nunca tive nada, apenas observo aquilo que eu tive a garantia de ter.
Claro que toda a garantia tem prazo de validade.
Não sei, sinceramente, se quereria entrar na pessoa que fui e ver e sentir esse espetáculo através dos olhos que já não são meus. Provavelmente não. Talvez fosse demais ou talvez descobrisse que afinal não é nem minimamente suficiente. Limitar-me-ia a ver, de longe.
Demoraria muito tempo aí. Mas não faria diferença. Era pouco provável que eu quisesse ir a mais lado algum para além desse preciso sítio nesse preciso momento.
Ficaria aí, a tentar perceber, a tentar voltar a perceber. A tentar entender que foi por aquilo, aquela imagem, aquele tempo, aquele sítio, que eu desperdicei quantidades a mais da minha vida. Por aquela especificidade que agora me parece tão ridícula e minúscula. Mas e se eu voltasse um pouco mais no tempo e me demovesse de tudo aquilo?
Nem consigo imaginar que tipo de rumo teria a minha vida levado. Que teria eu feito?
A verdade é: não teria gasto tanto tempo a tentar apagar aquilo que estava a ver nesse momento. Provavelmente teria gasto o meu tempo a apagar outras cenas. Mas definitivamente não aquela. Cena essa, da qual já nem tenho a mais vaga memória, por sinal.
Tudo se apagou por si.
É verdade o que dizem. O tempo cura tudo. E leva tudo. Mesmo aquilo que nós achávamos que nunca esqueceríamos.
De qualquer das maneiras, não é possível viajar no tempo. Portanto, eu não vou a lado algum. O que fiz de errado mantém-se errado e o que fiz certo mantém-se certo. Feliz ou infelizmente, é impossível mudar o passado e é impossível saber se a minha vida teria sido melhor ou pior sem alguns elementos que me ocuparam tempo e disposição...
"Tempo que não volta atrás, nem sempre há remendo para as asneiras que se faz."
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