1 ano
O tempo fluí demasiado depressa. Escorre-nos pelos dedos, como se de nada se tratasse, como se nós não fôssemos mais que pequenas constantes na enorme equação do Universo... O tempo desaparece, passa, enquanto nós estamos ocupados a torná-lo nosso, a ''aproveitá-lo''. E, de repente, as nossas mãos estão enrugadas, os nossos olhos toldados, os nossos cabelos brancos... Tenho um medo paralisante da idade, da velhice, do tempo. Tenho medo de que o tempo simplesmente passe e que eu acabe por não atingir nada, por não ser nada, por não fazer nada. E todas as minhas promessas, todos os meus objetivos desvanecerão assim, como se fossem cinzas no ar, como se nunca tivessem sido meus e, portanto, duros e concretos... O tempo devora-nos, corrói-nos. Torna-nos naquilo que prometemos nunca ser, modifica-nos, transforma-nos. Devora-nos até sermos velhos grisalhos com os olhos lassos de cansaço, ironia e arrependimento. Os anos passam demasiado depressa, são demasiado fugazes...