Ranting
Imploro-vos, deixem-me em paz.
Eu sei que acham que tem piada, eu sei que acham que eu penso que tem piada. Mas não tem. E eu não acho.
Eu sei que acham que eu aguento, que sou rainha e altiva ao ponto de não querer saber ou de até achar piada. Mas não acho, e quero saber. Pode não ser sempre, mas às vezes. Quero saber às vezes e as vezes que quero saber enterram-me até aos joelhos.
É verdade que sempre adorei ser o centro das atenções. Sempre o fui. E nunca precisei de fazer mais do que ser eu mesma. Mas, por vezes, nas vezes em que estou realmente consciente do que se passa à minha volta e não estou completamente enterrada nos meus pensamentos, na minha vida, em mim, gostava de ser invisível. Não porque não goste da atenção ou porque a minha autoestima não aprecie tudo o que se passa. Mas porque, muitas vezes, sinto-me como um mero cordeiro no meio de lobos. Lobos esfomeados e com problemas de autocontrolo. Gostava de poder existir sem toda a gente saber de todos os meus movimentos. Gostava de poder respirar, livre e à vontade. Como já fiz, há tanto tempo. Antes de ter entrado naquela minha passerela verde. Porque não é muito mais do que isso.
Deixem-me ser livre por uma vez. Deixem-me fugir. Deixem-me manter-me no meu cubículo. Não vos incomodarei, aliás, nunca vos incomodei. Tudo o que fiz foi ser eu mesma. Não devia ser castigada por ser eu mesma.
Mais uma vez, não me interpretem mal. Adoro a atenção, em alguns dias. Mas façam com que a atenção seja saudável. Não doentia. Não negativa.
Sei que dou nas vistas. De repente, passei a dar mais nas vistas do que estava habituada. Mas há tanta gente que dá nas vistas. É mesmo necessário que me massacrem a mim? A mim, que não fiz mais do que ser eu mesma? Há tantas que dão tanto ou mais nas vistas do que eu. Por favor, incomodem-nas a elas. E, apenas por uns tempos, deixem-me em paz. Preciso de respirar. Estou farta de ser sufocada.
Depois admiram-se da minha excessiva autoestima. Depois admiram-se da minha completa repugnância por qualquer desconhecido que se aproxime. Depois admiram-se que eu deteste todos aqueles que ousam sequer dirigir-me um olhar.
Não se atrevam a gastar o meu nome como se vos pertencesse. Não se atrevam a olhar para mim. Não porque sou demasiado digna para os vossos olhares, mas porque sou demasiado digna para os vossos pensamentos. Não admito que se dirijam a mim, que me fitem com esses olhos julgadores de tudo e de todos, que se dirijam a quem me pertence como se pertencesse a vocês.
Sou territorial, meus caros. Não se atrevam a pôr pé na minha vida, no meu espaço pessoal, e nas minhas pessoas. De cada vez que o fazem eu imagino maneiras novas de vos matar. E garanto que um destes dias as concretizo. Não se atrevam a dirigirem-se a elas como se elas fosse objetos, como se fossem lixo. Como se vocês as tivessem nas vossas mãos.
Portanto, dois avisos, meus caros e minhas caras: não voltem a olhar para mim. Preciso de espaço para respirar e para ser sem ter que lidar com idiotas. E não voltem a meter-se no que é meu e em quem é meu. A violência que cresce em mim de cada vez que penso no assunto começa a matar-me. E eu não odeio quase nada nem quase ninguém, meus caros. O ódio, para além de me corroer, gasta-me energia que eu não tenho.
Assim sendo: afastem-se de mim. Não sou o vosso cordeirinho. Para isso, teria de ser alcançável, vulnerável e indigna. Metam na cabeça que não o sou, nem nunca o serei. Lamento.
Eu sei que acham que tem piada, eu sei que acham que eu penso que tem piada. Mas não tem. E eu não acho.
Eu sei que acham que eu aguento, que sou rainha e altiva ao ponto de não querer saber ou de até achar piada. Mas não acho, e quero saber. Pode não ser sempre, mas às vezes. Quero saber às vezes e as vezes que quero saber enterram-me até aos joelhos.
É verdade que sempre adorei ser o centro das atenções. Sempre o fui. E nunca precisei de fazer mais do que ser eu mesma. Mas, por vezes, nas vezes em que estou realmente consciente do que se passa à minha volta e não estou completamente enterrada nos meus pensamentos, na minha vida, em mim, gostava de ser invisível. Não porque não goste da atenção ou porque a minha autoestima não aprecie tudo o que se passa. Mas porque, muitas vezes, sinto-me como um mero cordeiro no meio de lobos. Lobos esfomeados e com problemas de autocontrolo. Gostava de poder existir sem toda a gente saber de todos os meus movimentos. Gostava de poder respirar, livre e à vontade. Como já fiz, há tanto tempo. Antes de ter entrado naquela minha passerela verde. Porque não é muito mais do que isso.
Deixem-me ser livre por uma vez. Deixem-me fugir. Deixem-me manter-me no meu cubículo. Não vos incomodarei, aliás, nunca vos incomodei. Tudo o que fiz foi ser eu mesma. Não devia ser castigada por ser eu mesma.
Mais uma vez, não me interpretem mal. Adoro a atenção, em alguns dias. Mas façam com que a atenção seja saudável. Não doentia. Não negativa.
Sei que dou nas vistas. De repente, passei a dar mais nas vistas do que estava habituada. Mas há tanta gente que dá nas vistas. É mesmo necessário que me massacrem a mim? A mim, que não fiz mais do que ser eu mesma? Há tantas que dão tanto ou mais nas vistas do que eu. Por favor, incomodem-nas a elas. E, apenas por uns tempos, deixem-me em paz. Preciso de respirar. Estou farta de ser sufocada.
Depois admiram-se da minha excessiva autoestima. Depois admiram-se da minha completa repugnância por qualquer desconhecido que se aproxime. Depois admiram-se que eu deteste todos aqueles que ousam sequer dirigir-me um olhar.
Não se atrevam a gastar o meu nome como se vos pertencesse. Não se atrevam a olhar para mim. Não porque sou demasiado digna para os vossos olhares, mas porque sou demasiado digna para os vossos pensamentos. Não admito que se dirijam a mim, que me fitem com esses olhos julgadores de tudo e de todos, que se dirijam a quem me pertence como se pertencesse a vocês.
Sou territorial, meus caros. Não se atrevam a pôr pé na minha vida, no meu espaço pessoal, e nas minhas pessoas. De cada vez que o fazem eu imagino maneiras novas de vos matar. E garanto que um destes dias as concretizo. Não se atrevam a dirigirem-se a elas como se elas fosse objetos, como se fossem lixo. Como se vocês as tivessem nas vossas mãos.
Portanto, dois avisos, meus caros e minhas caras: não voltem a olhar para mim. Preciso de espaço para respirar e para ser sem ter que lidar com idiotas. E não voltem a meter-se no que é meu e em quem é meu. A violência que cresce em mim de cada vez que penso no assunto começa a matar-me. E eu não odeio quase nada nem quase ninguém, meus caros. O ódio, para além de me corroer, gasta-me energia que eu não tenho.
Assim sendo: afastem-se de mim. Não sou o vosso cordeirinho. Para isso, teria de ser alcançável, vulnerável e indigna. Metam na cabeça que não o sou, nem nunca o serei. Lamento.
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