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A mostrar mensagens de janeiro, 2013

O tempo ...

O tempo passa. Cada vez mais devagar. As horas custam-me cada vez mais. Cada segundo é um ferro ardente no meu peito. Nunca pensei que fosse sentir-me assim. As saudades ardem. Ardem mesmo. E isso nunca me aconteceu. Já mergulhei em poços de saudades, mas elas deixavam-me melancólica, não queimada viva. Nunca fui assim tão profundamente magoada por um sentimento. Nunca. Começo a pensar que te imaginei. Que és este sonho perfeito que eu tive e que finalmente desapareceu. É mesmo assim que me sinto. Sozinha, queimada, desfeita, como se algo me tivesse sido completamente retirado. Tenho este sentimento de finalidade. Detesto-o. Não o quero, quero-te a ti e tu estás a 10 mil quilómetros de mim. Sinto-me perdida. Estás tão longe. É como se uma parte de mim estivesse também longe de mim. Imensamente longe de mim, separada do meu corpo, da minha alma. Para que conste, não estou habituada a tanta ... Nem sei como lhe chamar. Só sei que vou contar todos os segundos até estar de volta aos ...

Veneno

Mais lenha para a enorme fogueira que é a minha raiva.  O tempo passa e só constrói mais raiva. A raiva começa a magoar-me, como veneno a entrar nas veias. É inútil. O meu estômago anda às voltas, os meus dentes estão cerrados, o ódio transborda nos meus olhos. No entanto, nada vai ser dito da minha parte. Vou simplesmente deixar a cólera consumir-me. E não te direi nada. Quero, com todas as minhas forças, discutir. Comigo, contigo, com todos. Quero procurar sarilhos. Quero andar até ser de manhã. Quero desaparecer por uns tempos. E talvez assim já não me sinta tão dilacerada. Talvez assim não deteste tanto o triunfo nos olhos dele, ou a tua ingenuidade. Talvez assim eu consiga respirar e perder-me em memórias até estar curada. Talvez assim eu já não tenha tanta vontade de te magoar. Tenho tantas saudades tuas... Como não consegues ver isso? Porquê que não consegues ver isso? Porquê que eu, que tenho tanta absoluta certeza de estar certa, tenho que ceder e pedir descul...

...

Sou nada. Não sou inteligente, bonita ou sequer interessante. Sou apenas mais uma miúda mimada com a mania. Não sei fazer nada. Não sei jogar, não sei cantar, não sei escrever, não sei ser-me. Não sei. A minha vida resume-se a muitos ''não seis''. Resume-se a muita estupidez, a muita arrogância, a muita falta. Não sou boa a amar. Passaram 18 semanas e eu ainda não o sei fazer. Ainda não sei o que é ser ridiculamente feliz. Ainda estou tão presa ao passado... Quero dar-me um soco. Seria bem merecido. Mais que merecido. Não consigo fazê-lo feliz, não consigo ser feliz, não consigo entender e simplesmente não consigo não querer desistir de tudo isto. E porquê? Porque de cada vez que alguém diz um nome, eu deixo de ser eu. Não sirvo para nada! Estou farta de ser assim, inútil, ridícula! Farta, meu Deus, farta. Farta de querer dizer Adeus, e de não o conseguir. Farta de o querer, de ter saudades dele, e no entanto, nunca é suficiente! Nunca é amor! Porquê?! Porquê?.....

Quantas vezes ...

Quantas vezes mais vou eu escrever sobre ti? Para mim já chega. Já chega de continuar a ser a menina ingénua que caiu nas tuas garras. Já chega de tremer de cada vez que te vejo. Já chega de sequer olhar para ti. Tal como já tinha dito, já consigo respirar sem ti. Já consigo não me afundar em dor e autocomiseração. Consigo olhar para trás e dizer que foste o meu primeiro grande amor. E depois voltar a olhar para a frente. O olhar para a frente já não me custa. Pelo menos não tanto como custava antes. E, no entanto, por vezes volto a estar aos teus pés. Sinto-me como se literalmente estivesse a teus pés e estivesse a olhar para cima. E tu, de olhar misericordioso (como se tivesses direito a tal), sorrias-me tristemente. Mas nunca me estendias a mão para eu me levantar. Não. Mantinhas-me sempre no chão, a teus pés, porque era aí que eu alegadamente pertencia. Por vezes volto aí. Tal como volto às alturas em que tinha os meus dedos entrelaçados no teu cabelo, a puxar-te mais para mim. ...

Súbita humildade

Tive uma epifania. Nela, eu era uma formiga no vasto chão, uma pedra no caminho.Nela, eu era nada e os que eu considero nada, eram tudo. Nela, eu era simples, fraca, ignorante. Era um pequeno ponto no universo. Nela, todos os meus sonhos tinham caído por terra, e tudo aquilo a que eu era boa tinha-se perdido. Nela apenas restavam eu e as pessoas que me rebaixam. E elas teriam ainda mais razões para o fazerem. Nela eu percebi que não sou mais que ninguém e igual a todos os outros. Sou apenas mais uma ovelha do rebanho. E não importa os meus sonhos, a minha voz, as minhas crenças. A monotonia deitar-me-à abaixo.

Visão do Passado

Os meus passos ecoam na escuridão. A única luz vem do reles candeeiro de rua. Já na altura eu sabia que cada passo que dava naquela direção era suicídio. No entanto continuo a reviver aqueles breves momentos que passava mergulhada em antecipação, em ansiedade. Aqueles momentos em que o meu coração parecia querer sair do meu peito, em que os meus joelhos me falhavam, em que a minha voz era baixa e ofegante. Aqueles breves momentos antes... É estranho, agora, que há pouco mais de um ano, eu era essa rapariga. A que vagueava no escuro à procura do que nunca teria. A que tinha esperança no melhor. Quem dera que ela me conhecesse agora. Ficaria orgulhosa? Desiludida? Mudaria todas as suas decisões futuras? Só passou um ano, e eu estou velha enquanto na altura era uma jovem cheia de vitalidade. Passou um ano e eu perdi-me por motivos desconhecidos. Talvez me tenha perdido exatamente por esses passos vãos. Ridículo em como eu pensava que aqueles passos iam mudar a minha vida. Iam mudar t...

Lamento

Lamento. Lamento pelo que sou. Lamento por ser uma desilusão. Lamento por ser apenas mais uma faca no teu peito. Lamento não te conseguir ajudar. Lamento não te fazer feliz como queria que me fizesses a mim. Lamento, Amor. Talvez nunca consiga voltar a ser a jovem irrequieta por quem te apaixonaste. Talvez os meus olhos não voltem a brilhar com tanta vontade, talvez não te volte a querer com tanto fervor, talvez já não seja e não volte a sê-la. A ser aquela rapariga que tanto eu como tu amávamos. Lamento, meu Amor. Lamento não servir para nada, lamento pela minha personalidade, por vezes desprezível, lamento por não me saber expressar, lamento por não ser feliz. Acredita que todo o meu ser te quer na minha vida. Para mim, por mim, comigo. Lamento por não ser ela. Por não ser tão bonita, tão compatível contigo. Lamento por não as ser a todas. Lamento por não te entender, por não te querer entender. Por não te compreender. És um segredo para mim, Amor. Este segredo que eu ainda não d...

Tanto quis

''Sonho que sou Alguém cá neste mundo ... Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a Terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, E quando mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ... '' Já dizia Florbela Espanca que quem tudo quer, tudo perde. E eu, eu tenho os meus objetivos de vida bem definidos. Até demais. E quero que a minha vida corra exatamente segundo o plano. Quero as notas perfeitas, a média perfeita, o emprego perfeito, as viagens, a cultura,... Quero-os com tanta força que na minha cabeça já não são sonhos e sim a realidade. Claro que tenho as minhas dúvidas. Toda a gente tem. Se uma vida inteiramente planeada me fará feliz? Não. Mas deixarei de ter desculpas para não o ser. Os elementos estarão lá todos. O meu único medo é não conseguir. Não subir tão alto como quero. Não ultrapassar todos os objetivos. Ser simplesmente vulgar, banal e não extraordinária. Ver toda a minha futura vida cair por terra....

Saudades

Tenho saudades de como as coisas eram antes, João, antes deste colégio, antes de ti. Antes de eu azedar. Antes de eu ser amarga e velha. Tenho saudades das estupidezes que eu dizia e fazia. Tenho saudades de ser tola, descontrolada. Tenho saudades de gostar de gestos carinhosos. Tenho saudades de sorrisos verdadeiros. Tenho saudades de não usar metade da maquilhagem que uso, de me sentir mal no meu corpo, de me importar com o que as pessoas pensam. Tenho saudades do cabelo despenteado e descontraído, tenho saudades de estar ridiculamente apaixonada. Não apenas levemente apaixonada, nesta maneira adulta que me irrita. Quero estar cega, saltar, dançar, ser feliz, mesmo que não seja correspondido. Quero ser nova outra vez. Quero não ter olheiras de cansaço, rugas de tanto franzir o sobrolho ou de tanto fazer expressões reprovadoras e céticas. Tenho saudades de saber escrever coisas maravilhosas, tenho saudades de isso me entusiasmar e não me aborrecer, tenho saudades do sol, do calor ...

Sweet Surrender

Por vezes sinto que conseguia dormir nos teus braços. Sinto-me imensamente segura e é como se finalmente tivesse encontrado o lugar onde encaixo. Com os meus olhos fechados e a minha cabeça no teu peito, é como se o mundo desaparecesse, e só sobramos nós e este sentimento de paz que me invade o peito. Não tenho a certeza que me faças bem, no entanto. Porque a verdade é que eu não vibro, não estou louca, os dias não são ouro. Não ando com a cabeça completamente nas nuvens. Resumindo, não estou feliz, a todo o instante, a toda a hora. Ando completamente inconstante, mas nem me importa. Por favor, mantem-te na minha vida enquanto puderes. No segundo em que fizeres um movimento que indique que queres sair dela, sairás ainda mais rapidamente do meu coração.

''Para sempres''

Não gosto de ''para sempres''. Não gosto de coisas permanentes. Estou habituada a coisas passageiras, óbvias, superficiais. A isto se adequa todos os aspetos da minha vida. Não gosto da permanência das cicatrizes que tenho no corpo, não gosto de imaginar o futuro seja com quem for. Farto-me facilmente. Depois de atingir o limite, luto comigo própria para continuar, mas nunca volta a ser o mesmo. Acontece-me isto com amizades, paixões, seja o que for. Detesto coisas permanentes. Não diria que gosto de mudanças, no entanto. Penso que é mais uma questão de precisar de um tempo separada dessas constantes. Depois voltaria e tudo estaria na mesma. Quanto ao amor, não diria que me farto facilmente. Demoro a apaixonar-me. Por vezes, nunca chego a apaixonar-me realmente. Mas quando me apaixono verdadeiramente… Não esqueço facilmente. Demoro, literalmente, anos. Mas lá está, primeiro preciso de me apaixonar completamente. E para isso acontecer… 6 meses, pelo menos. Até lá pos...

Regrets

Tenho-me arrependido de muito na minha vida. Tenho ''e se?s'' espalhados em todas as minhas ações, em todos os meus reflexos. Mas se todas as minhas ações me levaram a este momento agora, penso que só posso agradecer. Mesmo ainda tendo muitos arrependimentos pendentes, a verdade é que a minha vida está calma e estável, finalmente. Como sempre quis que fosse. Será que fiz algo bom para merecer esta enxovalhada de coisas boas? Será que mereço as palavras que lhe saem pela boca? A verdade é que não importa. Desta vez, estou a fazer as coisas bem. Posso, por vezes tomá-las por garantidas e fazer algumas estupidezes, mas estou a fazer a coisa certa, finalmente. E sei, que em parte pelo menos, mereço-o e mereço tudo o que me está a acontecer. Mereço por uma vez ser o centro das atenções, mereço ser feliz. Mereço os olhares dele e os braços dele à volta da minha cintura. Mereço os sorrisos dele, mereço que ele me faça rir. Mereço o :''se soubesses o que sinto por ti,...

O meio termo

Há uma grande diferença entre carinho e amor. Uma grande diferença entre gostar e amar. Sei-a decor. Isto porque eu conheço-me. E quando estou apaixonada, todos os dias são ouro e eu quase não consigo respirar sem a outra pessoa. Quando assim não é, todos os dias são cinzentos e vazios. Não estando apaixonada, quando inspiro o meu peito não se enche de felicidade na mesma medida que se enche de ar. Não passo a vida a sorrir, não faço planos e mais planos. Não existo verdadeiramente. Depois há o meio termo. Em que adoras uma pessoa porque ela te faz bem, te aceita, te fascina, te faz rir, te atura, mesmo quando és parva e que te distrai das trivialidades do quotidiano. Mas não a amas. Nunca a poderias amar. Talvez porque ainda estás presa no passado. Talvez porque não estás preparada para isso. Ou talvez porque simplesmente não te deixas amá-la. Seja como for, assentas e consegues ser relativamente feliz. Exceto nos dias em que te sentes vazia. Nesses dias, ele nunca é suficiente. P...

Pesadelos

Acordei destroçada, mais uma vez. Acordei e fitei o teto. Pestanejei várias vezes para ter a certeza que estava acordada. E quando me certifiquei de que estava consciente, não tenho a certeza se me senti aliviada ou com pena. A verdade é que é sempre o mesmo sonho, sempre a mesma fantasia. Com contornos e cenários diferentes, mas o final é sempre igual e o objetivo é sempre o mesmo. Nunca pensei que as saudades se conseguissem tornar assim tão vívidas. Sempre pensei nas saudades como pontos verdes e doces, que magoam apenas ligeiramente, não desta maneira dilacerante. Não esperei, também, que alguma vez fosse ter saudades. Saudades de alguém que me tratou como lixo, que me torceu. Mas tenho, todos os dias, mais precisamente, todas as noites. Todas as noites eu volto a abraçá-lo, a ver o sorriso dele. Para depois acordar a sentir-me tanto desfeita como aliviada. O alívio deve-se a que aquilo que acontece nos meus sonhos, não pode voltar a acontecer. Eu já não sou quem era. E mesmo que...

Aqui

E aqui estou eu. Desfeita? Magoada? Sozinha? Em sarilhos? O que importa é que estou aqui. Viva, inteira. E sim, mais valia não estar. Mas estou. As dores hão de passar. Eu hei de acordar deste pesadelo em que ando presa há demasiado tempo. Hei de perder a sensação de me estar a meter na boca do lobo. Como sempre me meti. As escolhas que fiz na minha vida nunca foram as melhores. E no entanto nunca tive consequências verdadeiras por elas. Nunca tive algo que me ensinasse uma ''lição''. Nunca. Quando tanta boa gente já teve. Queixar-me da minha vida é ridículo. Não poderia ser mais fácil. Excetuando os buracos no meu joelho, a minha vida é facílima. E não a mereço.