Amor

Tenho esta visão de que o amor deve ser absoluto, incondicional, infinito, total. Preenchido de olhares intensos, conversas profundas, tudo lento e calmo.
Para mim, era isto o amor. Este sentimento intrínseco e inócuo que atravessa a espécie humana, que a paralisa, que a desfaz. Tinha tanto medo deste sentimento. Temia-o com todas as forças do meu ser.
E não precisava. Descobri este novo tipo de amor, leve como uma pena, sorridente, divertido, descontraído, mútuo. É esta a palavra-chave. Porque nunca soube o  que era o amor mútuo. Nunca recebi, só dei. E este amor em que recebo mais do que dou, é uma experiência nova para mim.
Não digo que ele nunca me tenha magoado. Cada pequeno comentário viperino é uma farpa no meu coração. Mas é ele. O maldito príncipe encantado, honesto, maravilhoso.
Também não digo que este amor seja suficiente para mim. Sou dada a emoções fortes, avassaladoras, a exageros e este amor leve parece, por vezes, não preencher o meu coração.
Mas nos dias de sol, este amor enche-me de exultação e entusiasmo, em contraste com a indiferença dos dias cinzentos. Nos dias ensolarados, eu transpiro felicidade, expulso dúvidas e mergulho neste novo sentimento. A reciprocidade.

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