O que será, será
Não sei esta será meramente mais uma tangente minha, daquelas em que nem há nexo nem justificação. Talvez assim o seja, como invariavelmente acaba sempre por ser.
Não sei se esta sensação de ser uma estranha na minha vida vai prevalecer indefinidamente, nem sei se é mesmo uma sensação e não uma mera paranóia. Mas a verdade é que não me reconheço. Procuro em mim a racionalidade e a frieza de outros dias e tudo o que encontro dentro de mim é a rapariga de 13 anos que tanto fiz para esquecer. Sinto-me uma adolescente outra vez. Insegura, que reage ao rumo das emoções e que diz disparates sem pensar neles, que não sabe comunicar e que expressa tudo atabalhoadamente.
Não sou essa rapariga, esse desastre regido por hormonas há anos. A minha personalidade clara e rigorosa tomou conta de mim e sobrepôs-se às hormonas por muito tempo. É isso que eu vejo quando olho em volta. Claridade, confiança, precisão. Frieza. E um toque de feminilidade excessiva. Mas não é como eu me sinto. Sinto-me um desastre. Não porque me sinta mal, simplesmente porque me sinto desastrada de novo, perdida, e eminentemente confusa.
Essa sensação aumenta à medida que se aproxima o meu aniversário. Outro ano passou. Um ano para o qual olharei para trás e não reconhecerei nada, porque nada foi relevante.
Agora que voltei a casa depois desta odisseia interminável de viagens dou por mim a não me reconhecer nela. E a me sentir estranha em todos os pilares que fazem a minha vida. Parece que isso acontece muito. Cresce-se, muda-se e acaba-se com nada do que se era antes e muito do que não se conhece. Parece que se deixa de reconhecer a pessoa que se era, mas também se desconhece a pessoa que se é. Parece que é parte da vida.
Para alguém com uma personalidade que nunca gostou de treta, não reconheço a pessoa que sou hoje, que adora ouvi-las. Para alguém que nunca gostou de conversas vazias, dou por mim a tê-las a maior parte do tempo. De facto, parece que cresci. Cresci para voltar à adolescente que era, pelos vistos, ou talvez apenas mudei. Acho que compreendo muito mais hoje em dia, para o melhor ou para o pior. Afinal, eu sempre quis ser adulta, daí que não entenda a estranheza que se instala nos meus ossos. Nem toda a gente teve jeito para ser criança, algumas pessoas apenas se sentem em si quando são, de facto, adultas. Não é que eu ache que sou adulta, meu Deus, se há erro que eu fiz foi pensar que por poder votar era adulta. Preciso de muito mais para o ser.
Não sei muito bem como alterar esta situação, se é que ela pode ser alterada. Não sei se deva só sentar-me e esperar que outra mudança venha, que me faça sentir mais como eu própria. Talvez deva fazer uma mudança. Talvez a faça, mesmo, se a coragem não me faltar. Pequena ou grande.
Todas estas divagações não me levam a lado nenhum é claro, mas se há coisa que eu sempre fui é uma diletante.
O quer que venha, que venha. Que seja e que aconteça. Na realidade, não há nada que eu possa fazer.
Não sei se esta sensação de ser uma estranha na minha vida vai prevalecer indefinidamente, nem sei se é mesmo uma sensação e não uma mera paranóia. Mas a verdade é que não me reconheço. Procuro em mim a racionalidade e a frieza de outros dias e tudo o que encontro dentro de mim é a rapariga de 13 anos que tanto fiz para esquecer. Sinto-me uma adolescente outra vez. Insegura, que reage ao rumo das emoções e que diz disparates sem pensar neles, que não sabe comunicar e que expressa tudo atabalhoadamente.
Não sou essa rapariga, esse desastre regido por hormonas há anos. A minha personalidade clara e rigorosa tomou conta de mim e sobrepôs-se às hormonas por muito tempo. É isso que eu vejo quando olho em volta. Claridade, confiança, precisão. Frieza. E um toque de feminilidade excessiva. Mas não é como eu me sinto. Sinto-me um desastre. Não porque me sinta mal, simplesmente porque me sinto desastrada de novo, perdida, e eminentemente confusa.
Essa sensação aumenta à medida que se aproxima o meu aniversário. Outro ano passou. Um ano para o qual olharei para trás e não reconhecerei nada, porque nada foi relevante.
Agora que voltei a casa depois desta odisseia interminável de viagens dou por mim a não me reconhecer nela. E a me sentir estranha em todos os pilares que fazem a minha vida. Parece que isso acontece muito. Cresce-se, muda-se e acaba-se com nada do que se era antes e muito do que não se conhece. Parece que se deixa de reconhecer a pessoa que se era, mas também se desconhece a pessoa que se é. Parece que é parte da vida.
Para alguém com uma personalidade que nunca gostou de treta, não reconheço a pessoa que sou hoje, que adora ouvi-las. Para alguém que nunca gostou de conversas vazias, dou por mim a tê-las a maior parte do tempo. De facto, parece que cresci. Cresci para voltar à adolescente que era, pelos vistos, ou talvez apenas mudei. Acho que compreendo muito mais hoje em dia, para o melhor ou para o pior. Afinal, eu sempre quis ser adulta, daí que não entenda a estranheza que se instala nos meus ossos. Nem toda a gente teve jeito para ser criança, algumas pessoas apenas se sentem em si quando são, de facto, adultas. Não é que eu ache que sou adulta, meu Deus, se há erro que eu fiz foi pensar que por poder votar era adulta. Preciso de muito mais para o ser.
Não sei muito bem como alterar esta situação, se é que ela pode ser alterada. Não sei se deva só sentar-me e esperar que outra mudança venha, que me faça sentir mais como eu própria. Talvez deva fazer uma mudança. Talvez a faça, mesmo, se a coragem não me faltar. Pequena ou grande.
Todas estas divagações não me levam a lado nenhum é claro, mas se há coisa que eu sempre fui é uma diletante.
O quer que venha, que venha. Que seja e que aconteça. Na realidade, não há nada que eu possa fazer.
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