O Peso do Tempo
Estará só na minha cabeça a indiferença?
Estarão os silêncios incluídos, estarão as ofensas regularizadas?
Acabará esta história como todas as outras? Comigo, deitada, desiludida, e, acima de tudo e de todos, sozinha.
Poderá um conto de fadas terminar assim? Poderá este conto de fadas terminar assim?...
Será que me enganei quando defini outro futuro para mim? Enganei-me quando vi um futuro?
Será que depois de todo este tempo e depois de toda esta luta, o fim vai ser o mesmo?
Deixando-me apenas com mais memórias para apagar?
Será que alguma vez posso sair deste ciclo sem fim?
Será que vou perder outra vez, apesar de ter lutado, contra o tempo, a distância e contra mim própria? Será que depois disto tudo vou acabar exatamente onde comecei?
Passaram demasiados anos, não saberei voltar. Doeu demasiado, vai doer demasiado. Já não sou a pessoa que era, perdi pedaços entretanto e para voltar àquele momento teria não só de ser inteira, como teria de sobrar, mais do que preencher. Teria de ser grande e forte o suficiente para suportar tudo outra vez.
Já não sou essa pessoa. E, se ele for, se ele se arrancar de mim, tudo o que vai sobrar é um rascunho com um buraco. Um buraco que nunca vai ser preenchido. Porque foi isso que prometi, a mim mesma e a todos. Depois desta vez não havia mais. Não me aventurava mais, recusava-me a magoar-me mais. Depois deste, deste que foi o único, deste que foi o primeiro, deste que foi o último, não havia mais.
E não porque prometi, mas porque não aguento mais. Surpreendi-me quando arranjei força até demais para este. Mas soube que foi por ser o último. Porque o meu corpo, a minha mente e o meu coração estão demasiado gastos de sem-amor. E eu estou exausta.
Depois deste retiro-me. Mas a questão é que eu nunca imaginei que houvesse depois deste. Ou antes, imaginei, mas esperei que não houvesse.
Achei que este era o futuro. Achei que era aqui que a aventura terminava. E ainda pode ser, Nada está perdido ainda,
Mas e as palavras vazias que eu ouço?
São mesmo vazias, ou é que me sinto vazia? Ou eu é que acho que o elo se está a quebrar?
Ou estará o elo a quebrar-se? E se estiver? O que vai ser de mim, mais uma vez, pela última vez? Como vai ser ter a última despedida, o último luto?
Como vai ser dar por mim mais que sozinha outra vez?
E porquê que ideia dói tanto como se eu não tivesse passado a maior parte da minha vida assim?...
Como é que eu lhe vou dizer adeus?...
Ou não terei que o fazer e conseguirei parar o peso do tempo de me destruir?
Estou tão cansada e destroçada por algo que ainda não aconteceu e que ainda não sei se poderá acontecer...
O que me vai acontecer?...
Estarão os silêncios incluídos, estarão as ofensas regularizadas?
Acabará esta história como todas as outras? Comigo, deitada, desiludida, e, acima de tudo e de todos, sozinha.
Poderá um conto de fadas terminar assim? Poderá este conto de fadas terminar assim?...
Será que me enganei quando defini outro futuro para mim? Enganei-me quando vi um futuro?
Será que depois de todo este tempo e depois de toda esta luta, o fim vai ser o mesmo?
Deixando-me apenas com mais memórias para apagar?
Será que alguma vez posso sair deste ciclo sem fim?
Será que vou perder outra vez, apesar de ter lutado, contra o tempo, a distância e contra mim própria? Será que depois disto tudo vou acabar exatamente onde comecei?
Passaram demasiados anos, não saberei voltar. Doeu demasiado, vai doer demasiado. Já não sou a pessoa que era, perdi pedaços entretanto e para voltar àquele momento teria não só de ser inteira, como teria de sobrar, mais do que preencher. Teria de ser grande e forte o suficiente para suportar tudo outra vez.
Já não sou essa pessoa. E, se ele for, se ele se arrancar de mim, tudo o que vai sobrar é um rascunho com um buraco. Um buraco que nunca vai ser preenchido. Porque foi isso que prometi, a mim mesma e a todos. Depois desta vez não havia mais. Não me aventurava mais, recusava-me a magoar-me mais. Depois deste, deste que foi o único, deste que foi o primeiro, deste que foi o último, não havia mais.
E não porque prometi, mas porque não aguento mais. Surpreendi-me quando arranjei força até demais para este. Mas soube que foi por ser o último. Porque o meu corpo, a minha mente e o meu coração estão demasiado gastos de sem-amor. E eu estou exausta.
Depois deste retiro-me. Mas a questão é que eu nunca imaginei que houvesse depois deste. Ou antes, imaginei, mas esperei que não houvesse.
Achei que este era o futuro. Achei que era aqui que a aventura terminava. E ainda pode ser, Nada está perdido ainda,
Mas e as palavras vazias que eu ouço?
São mesmo vazias, ou é que me sinto vazia? Ou eu é que acho que o elo se está a quebrar?
Ou estará o elo a quebrar-se? E se estiver? O que vai ser de mim, mais uma vez, pela última vez? Como vai ser ter a última despedida, o último luto?
Como vai ser dar por mim mais que sozinha outra vez?
E porquê que ideia dói tanto como se eu não tivesse passado a maior parte da minha vida assim?...
Como é que eu lhe vou dizer adeus?...
Ou não terei que o fazer e conseguirei parar o peso do tempo de me destruir?
Estou tão cansada e destroçada por algo que ainda não aconteceu e que ainda não sei se poderá acontecer...
O que me vai acontecer?...
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