Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2014

Considerações de finais de ano

Não acredito que por as doze badaladas tocarem a minha vida vá mudar de todo. Mas acredito que assim que as doze badaladas tocarem chegará o ano que mudará a minha vida. 2015 será um ano de decisões, um ano de mudanças extremas. E a minha forte personalidade não gosta nem das mudanças mais pequenas, portanto imagine-se. Sinto que o fim de dezembro e as férias me trouxeram algo que eu não tinha há muito tempo: paz, compreensão, tolerância. Sinto-me um lago de água calma. Sinto que compreendo finalmente muitas coisas que antes não compreendia. Sinto que me permito a muitas coisas a que antes não me permitia. Sinto que sei o que é a humildade, ou pelo menos algo do género. Sinto que sei quem finalmente sou. Sei, finalmente, do que gosto. Compreendi que fui feita para uma vida calma mas entusiasmante, para rotinas doces e para romantismos silenciosos. Compreendi que, a cada momento, me fecho mais na minha própria mente, impedindo os outros de lá entrarem. Compreendi que, a cad...

Dark side

Ninguém é perfeito. Toda a gente tem um lado obscuro e tremendo, de que ninguém fala. Toda a gente já pensou em coisas indescritíveis que depois preferiu fingir que não pensou. Ninguém sabe como realmente é, ninguém sabe o que alguém é quando está sozinho. Porque nenhum de nós é só uma pessoa, tem só uma personalidade, é não capaz de fazer algo. Não sabemos. Porque nada sabemos sobre nós. E nada sabemos sobre os outros. Para aprendermos e para vermos o que as pessoas realmente são e para sabermos analisar e reagir, precisamos de estar ou ter estado na mesma posição que eles. Por exemplo, para aprendermos a não nos meter em situações amorosas atrozes, precisamos de já saber com o que estamos a lidar. E, portanto, para aprendermos, precisamos de primeiro experimentar. Disseram-me, há algum tempo, que nos devíamos apaixonar pelo menos três vezes na nossa vida: por uma pessoa que seja como nós, por uma pessoa que considerássemos perfeita e por alguém que nos oprimisse e reprimisse. A...

Sorrir e acenar

Eu costumava, há um milhão de anos, ser uma miúda insegura. Insegura, indefesa, que precisava da aprovação dos outros. Aí a objetificação a que era sujeita parecia um elogio, porque com ela vinha a atenção de que eu tanto precisava. Entretanto, os anos passaram. E eu tornei-me uma mulher. Com o passar dos anos, passaram também experiências, que é uma palavra que eu detesto, que me ensinaram lições sobre postura, independência e humilhação. Com o passar dos anos, eu mudei a imagem que tinha, por questões de mudança da personalidade. Eu já não era a tal miúda insegura, a minha autoestima aumentava e, consequentemente, transparecia em tudo o que me pertencia. Comecei a prestar atenção ao que antes não prestava, perdi interesse em tudo o que antes parecia ser o importante. Aceitei que era o que era e como era, sendo o resto irrelevante. Cresci habituada aos olhares. Pejorativos ou benéficos, se é que há tal coisa. Habituei-me a ser julgada de alto a baixo por tudo o que era e que não e...

Santa juventude

As nossas emoções são meras reações químicas. É curioso como damos tanta importância a meros retorcer do nosso cérebro. Que fazem de nós as pessoas que somos, ou então que nos fazem pensar que somos pessoas. As nossas emoções não existem realmente. E nós não passamos de seres tão irracionais como todos outros, mas que por meros retorceres exagerados do nosso cérebro e pela existência de polegares, consideramo-nos os Reis de toda a natureza. Não acredito em emoções. Eu sei o que sinto, sei que as sinto, mas não as quero. Não quero a sensação de estar a enlouquecer de tão assoberbada em trabalho, não quero a sensação de desespero, de carência, de ciúmes, ou de um ódio como nunca senti. Não quero nem acredito em nada disso. Acredito em endorfinas e hormonas, acredito em reações químicas. Que nos transformam de animais em animais com a mania das grandezas. Daí que não acredite no amor. Não o compreendo e acho que sou muito nova para o fazer. Compreendo a lógica, a Razão. Não os devane...