Finais
Tudo tem um fim. Tal como eu sempre apregoei. Seria de esperar que me regozijasse pela minha vitória em todas as discussões alguma vez tidas sobre o assunto. Não o faço. Sinceramente, não o quero fazer. Que consolação nos traz o fim? Nenhuma. Espero que, de facto, lhe traga alívio. Mas a mim não me traz nada. Não tenciono esperar desta vez. A minha personalidade foi alterada para sempre por aquele tempo em que esperei incessantemente. Não vou voltar a esperar. O pessimismo instalou-se nos meus ossos e a minha energia foi-me completamente drenada. O entusiasmo, o real entusiasmo, já não vive em mim. Porquê? Mágoa? Não, solidão. O tempo passa e escorre-me por entre os dedos e eu nem me esforço por o fazer valer. Para quê? Por ser o último ano? Para ser memorável? Que se lixe. O tempo passa e eu, apesar do terror que me provocará crescer, apenas quero que ele corra até eu já não ter memória, até ao fim. O fim não me trouxe nada que não memórias indiferentes e solidão. Estes três an...