Divagações perdidas
E, como já era de esperar, assim que pus os pés no solo seguro do meu lar, os meus sonhos e as minhas ilusões evaporaram-se. Retornei ao meu peito granítico, ao meu olhar perdido, às minhas divagações pessimistas. E tudo o que até aí parecia um conto de fadas, parecia destinado por ser tão simples, tão conveniente (e por eu precisar de tudo isso tão desesperadamente que parecia que me faltava o ar), pareceu-me inferior a mim, pareceu-me apressado, exagerado, demasiado sensível para o meu gosto. A realidade caiu-me, de repente, em cima. A realidade do stress, a realidade que me ocupa cada milímetro do meu cérebro e que me impede de pensar em seja o que for que não sejam aqueles dois objetivos da minha vida, aquelas duas grandes potências da minha vida, que me ocupam o tempo e a paciência, apesar de eu já não amar nenhuma. E essa realidade lembrou-me que eu não estou preparada, que eu não consigo amolecer de novo. Pensei que sim, pensei que conseguia voltar a descongelar, que conseguia...