Jackie ou Marylin?
Ele abre os olhos. A sua visão ainda está turva, ainda não vê. O teto ainda é só branco, as paredes ainda são só despidas, o mundo ainda é um rascunho. Pestaneja várias vezes. Tudo começa a parecer mais concreto, mais distinto, mais real. Já consegue ver as manchas de humidade no teto, os quadros nas paredes. E o pequeno sofá no canto do seu olho. Vira a cabeça ligeiramente para esse sofá. E eu sorrio-lhe. Assim que ele de facto consegue distinguir o meu rosto, sorri de volta. O rosto dele torna-se num derreter de carinho e afeto. Tudo dirigido a mim. Ali estava eu. Sentada naquele pequeno sofá, ao lado de uma cama de hospital, de onde ele me sorria. Ali estava eu para cumprir a minha função, ser o porto seguro, a pessoa de confiança. Levantei-me e aproximei-me da cama. As minhas mãos estavam trémulas quando lhe tocaram na pele quente. Passei a minha palma da mão pelo rosto deleitado e cansado dele. Senti a pele perfeita e a barba por fazer. Senti, com esse mero toque, toda a dor, ...