Catarse
Não há como saber o que o futuro nos traz. Pode ser extrema felicidade ou sofrimento desesperado. Provavelmente ambos e nunca nenhum. Não há como controlar o futuro. Não há como agarrarmos o nosso peito e lhe dizermos para sobreviver à dor e à desgraça, não há como obrigarmo-nos a avançar. Vamos todos invariavelmente morrer. Mas não sabemos quando, como ou onde. Não sabemos se teremos dito e feito tudo, mas sabemos que o mais provável é que morramos a meio de uma frase, frase essa inútil e extremamente irrelevante, metáfora perfeita para a nossa existência. Eu sempre imaginei os piores cenários. Em todas as situações de toda uma vida. Ser pessimista não é só uma escolha, é acima de tudo uma reação do instinto de sobrevivência. Se imaginarmos todas as hipóteses possíveis, o sofrimento será sempre inferior ao que poderia ser, porque ao menos nós sabíamos que ele aí vinha. Não morreremos dissolvidos em autocomiseração e dor, embora tenhamos de suportar os dois. Sobreviveremos. Passam...