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A mostrar mensagens de março, 2015

Assim seja.

Os meus olhos abriram-se e enfrentaram uma luz esmagadora. Por breves momentos, não me lembrei de nada. De quem sou, do que tenho feito, de onde estou. Por breves momentos, as pulseiras no meu pulso não me pesaram e eu pude não ser. Estive à minha procura muito longe de casa. Procurei-me incessantemente no fundo de um país que eu em geral detesto, numa situação fora da minha zona de conforto. E, curiosamente, encontrei-me. Encontrei a parte de mim que não existe. A divertida, faladora, imprudente. Descobri-a debaixo de inibições e atrás da vergonha. Fui, tal como queria, uma pessoa diferente durante um pequeno período de tempo. Falei pelos cotovelos, fui relativamente sociável e dei azo aos desejos de alguém que não sou eu. Deixei o meu cérebro marinar e mergulhar em algo que lhe é prejudicial e adorei. Adorei a sensação de liberdade absoluta, mesmo que a minha consciência me tenha dito várias vezes (algures no fundo da enorme camioneta que é o cérebro, enquanto eu estava bem...

"E depois do Adeus" (?)

Dear              , Sonhei contigo esta noite. Tal como na noite anterior e na noite anterior. Sonhei contigo como sonho de muito em muito tempo, apenas para me relembrar de ti e do sítio onde pertences. As coisas não têm andado muito bem. Não têm andado mal, mas também não têm andado bem. Sinto que já não sei quem sou. Ou o que vou fazer, ou como o vou fazer. Não estou feliz. Sou feliz, mas não estou feliz. As ondas de mudança começam a precipitar-se e a engolir-me e eu já nem sei se quero que elas se despachem para que a pessoa que eu sou desapareça rapidamente ou se quero que elas abrandem, para que a dor seja mais lenta e dolorosa. A minha alma começa a sentir-se desajustada para este corpo. Muito velha para a idade que este corpo tem, muito nova para a idade para que este corpo vai. Talvez esteja simplesmente a ser melodramática. Desculpa. Não tenho nada por que te pedir desculpa e por isso peço desculpa. Desculpa por não ter sabido quem s...