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A mostrar mensagens de março, 2014

Do you believe in life after love?

Dia 365: A lua cheia irradia o plácido ambiente escuro que rodeia a minha casa. É tudo o que se consegue ver no céu escuro mas não estrelado. É tudo o que eu consigo imaginar. Uma brisa fresca esconde-se no sussurrar das árvores. O cheiro a iodo puro e a férias entra-me nos poros e enche-me o peito de uma melancolia feliz, sorridente e calma. Da janela do meu quarto consigo ver as casas mergulhadas na escuridão. Uma escuridão bela e serena, complementada pelo ocasional ligar de luz, que mostra sinais de vida, de convivência, de alegria. Quando imaginei este dia, imaginei-o preenchido de uma nostalgia cortante, imaginei-o dotado de dores que não compreendo ou de rancores execráveis. No entanto, fito a noite absorta e não há nada dentro de mim a não ser uma satisfação inconsequente. É como se o último ano não tivesse existido. Como se a minha vida nunca se tivesse alterado, como se a minha estabilidade nunca tivesse sido quebrada. Foi como se nada tivesse mudado, a minha vida nunca ...

A ironia da indiferença

Chove intensamente. Através da janela consigo ver a velocidade transformar a chuva em cinzas. A velocidade transformadora, a velocidade incessante e louca. Ouvia os meus pensamentos com mais clareza agora que fitava a estrada sem fim e curvilínea, que dava a pura sensação de vertigens. A música nos meus ouvidos era indiferente, bem como os gritos alheios. Apenas importava o quão sã e lúcida eu estava. Na minha sanidade, eu era feliz. De uma felicidade leve e cheia, simples e fácil. Não tinha muito tempo para pensar nessas questões, mas o pouco tempo que tinha usava-o bem. Não faltava nada na minha vida. Tinha uma família presente e amorosa, amigos que significavam a diversão em pessoa, boas notas, amor próprio, atenção e hobbys. Tinha uma vida cheia. Uma vida por vezes monótona e rotineira, mas impossivelmente feliz. Não podia pedir mais. Tinha tudo o que precisava, até quase tudo o que queria. No entanto, a minha lucidez não me permitiria manter o sorriso pensativo que se espalhav...