O que será, será
Não sei esta será meramente mais uma tangente minha, daquelas em que nem há nexo nem justificação. Talvez assim o seja, como invariavelmente acaba sempre por ser. Não sei se esta sensação de ser uma estranha na minha vida vai prevalecer indefinidamente, nem sei se é mesmo uma sensação e não uma mera paranóia. Mas a verdade é que não me reconheço. Procuro em mim a racionalidade e a frieza de outros dias e tudo o que encontro dentro de mim é a rapariga de 13 anos que tanto fiz para esquecer. Sinto-me uma adolescente outra vez. Insegura, que reage ao rumo das emoções e que diz disparates sem pensar neles, que não sabe comunicar e que expressa tudo atabalhoadamente. Não sou essa rapariga, esse desastre regido por hormonas há anos. A minha personalidade clara e rigorosa tomou conta de mim e sobrepôs-se às hormonas por muito tempo. É isso que eu vejo quando olho em volta. Claridade, confiança, precisão. Frieza. E um toque de feminilidade excessiva. Mas não é como eu me sinto. Sinto-me um d...