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A mostrar mensagens de julho, 2016

Divagações cinzentas

Os dias sucedem-se no espaço de um minuto. Tudo parece passar vertiginosamente. Parecem já não se distinguir, misturarem-se todos na névoa da estabilidade, na consciência de perenidade, de permanência, no nevoeiro de dormência. Todos os dias são uma rotina, mesmo quando não o são. Mesmo quando estou noutro país, noutra hora, a contar as horas para voltar à minha cama, ao meu ar e à familiaridade. Dentro de mim há apenas uma indignação já antiga e que me cansa o coração pela frustração que me traz. E ainda a vontade incessante de voltar para o meu casulo. É apenas isso que me revoluciona: a constante fúria por tudo o que se passa no mundo e o amor. Quão cliché. Tornei-me num cliché, em mais uma rapariga que foi feita para ser tanto e acabou por implodir. Ainda sou capaz de muito, e, espero eu, apesar de tudo parecer num impasse neste momento, farei muito e serei muito. Não me quero deixar escorregar para um mero recipiente de ser humano. Creio que é por isso que me incomodam tanto e...